Já falei aqui duas vezes do meu amor pelas casas de vidro. Outro destino do meu pensamento, cada vez mais constante, são estradas arborizadas e casas isoladas, cercadas de mata. Me imagino indo e indo e indo quase que num plano contínuo, pegando um rumo no asfalto, no final da tarde, cercada de árvores grandes, de um verde denso, tarde sem fim, sol terminando, mas no céu acompanhando. Consigo até sentir o frio úmido subindo pela espinha, o vento gelado batendo no rosto, gelando o nariz.
Olho as imagens desses lugares e automaticamente me transporto pra dentro delas. Por exemplo, me imagino nessa casa abaixo olhando para o que se passa pelo de fora da janela, ao redor e dentro de mim. E sempre penso num lago fazendo parte do entorno.
Nunca morei em nenhum lugar parecido, nasci e cresci em apartamento, no meio da cidade. Mas, estranhamente é para esses lugares que me transporto quando fecho os olhos e quase sinto meus pés descalços pisando neles. E atualmente é onde me sinto mais confortável e inspirada: nesse espaço que habito em sonhos.