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Demorei, mas finalmente vi Azul é a Cor mais Quente. Rolou um alvoroço em cima do filme por conta das protagonistas viverem um amor gay e por conta da cena de sexo entre as duas – já considerada das mais sensuais e voluptuosas já vistas. Mas, o filme não se resume a isso. Ele fala acima de tudo – e de uma maneira linda, por ser real – sobre a descoberta do amor e, consequentemente, sobre amadurecimento.

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Inspirado em HQ homônima, o filme gira em torno de Adèle (vivida por Adèle Exarchopoulos), uma menina de 15 anos, que se vê pela primeira vez interessada por outra menina, Emma (Léa Seydoux), uma interessante estudante de artes, de cabelos azuis e olhar penetrante. Além de passar por preconceitos – que ela ignora – dos amigos e família, Adèle passa a viver seu primeiro amor, com tudo que vem a reboque, principalmente, quando se é muito nova: curiosidade, medo, dúvidas, intensidade.

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Impressionante o trabalho de Adèle Exarchopoulos, expressiva e perfeita no papel. E amei ver a cor azul pontuando cenas, como a pedra do anel usado pela primeira menina que beija Adèle, até momentos em que as protagonistas usam a cor, além de claro, os cabelos e olhos de Emma. Ah! E quanto à cena de sexo, ela é como qualquer cena de sexo deveria ser: cheia de desejo e vontade. Muita vontade.

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Quantas vezes você já se sentiu intimamente ligado a alguém que está mais presente no seu feed do facebook do que nas mesas de bar com você? E quantas vezes os posts de outros e as conversas no whatsapp foram sua companhia e até afago em dias complicados? Solidão ou nova forma de se relacionar? Her, de Spike Jonze, fala sobre conexões loucas, indo além: o amor entre um homem e um sistema operacional.

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Theodore, o personagem principal (interpretado pelo sempre incrível Joaquim Phoenix), é um solitário separado que ainda sofre com as memórias do casamento. E enquanto tenta distrair a mente, entre o trabalho e a hora de dormir, brinca de videogames holográficos e acessa redes de telesexo. Quando compra um novo sistema operacional organizacional, ele se depara com uma nova companhia: o programa de computador ganha não só uma linda e receptiva voz feminina (interpretada pela sexy Scarlet Johansson), como um nome – Samantha – e… sentimentos.

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Em praticamente todas as cenas de Theodore, há um toque de vermelho, seja nos móveis, papéis ou roupas. Adoro esse tipo de recurso de usar a cor para  induzir o olhar do espectador, pontuando sentimentos, seduzindo conclusões.

A partir de então, Theodore e Samantha passam o dia juntos, percorrem novos espaços, viram cúmplices. Passeiam, vão à praia, a programas de casais e, claro, pra cama. A intimidade e curiosidade de um pelo outro aumentam a cada dia e, consequentemente, o elo entre eles. Os diálogos são lindos, por serem reais – e aí, a grande sacada de fazer o espectador entender essa relação entre os protagonistas do filme. Em um determinado momento, assim como Theodore, você se pergunta: calmaê, Samantha, você não é real? E o sentimento que existe é? Sentimentos podem ser programados?

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Her é ambientado em uma Los Angeles futurista, ao mesmo tempo em que ganha toquês retrô com o filtro amarelo e o figurino meio anos 50/60 (adoro que todas as calças dos homens são de alfaitaria e têm cintura altas/ganchos longos). Tudo isso faz a gente ter a sensação de não saber onde e em que tempo estamos. A brincadeira passado/futuro é potencializada pela profissão de Theodore: escrever cartas encomendadas, que são ditadas para um computador que as escreve com letra manuscrita. A trilha poética-melancólica, assinada pelo Arcade Fire, embala o clima nowhere land.

Há quem diga que Her é uma resposta a Lost in Translation, de Sofia Coppola, ex de Spike Jonze. Será? Não sei dizer… mas, fato que os dois trazem personagens que lidam com autoria, bom figurino, ritmo lento e uma pontada gelada no coração cada vez que a solidão dos personagens é representada pelo contraste entre os grandes prédios X eles.

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Mas, em Her o buraco é mais embaixo: o filme é uma reflexão sobre o amor, as relações, a intimidade, as expectativas X a realidade. E o que é o amor? Como ele é construído e desconstruído? Como dar espaço aos diferentes tipos de amor? E como lidar com a realidade frustrando a expectativa? Difícil responder, ainda depois que sobem os créditos.

Leia mais sobre o filme aqui na Deli.

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Falar sobre mulher é sempre complicado. Sou uma e sei disso. Distinguir assuntos e atos por gêneros me soa machista às vezes e em outras, me soa feminista e aí o assunto vira um caminho sem volta. Mas, eu acredito nas diferenças do corpo e fisiológicas e, principalmente, nas culturais/comportamentais. Sem entrar muito a fundo no que isso toca – são muitas questões  – sempre acho que a Dove consegue falar disso, mexendo em um dos pontos mais sensíveis às mulheres: auto-estima e, consequentemente, (a real) beleza.

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A nova campanha fala sobre Selfies e de uma maneira que não tinha pensado sobre. Em vez da condenação pela auto-exposição e vaidade, ela enaltece justamente esses pontos para falar sobre auto-estima e de como a busca pelo melhor ângulo, pose, sorriso, pode redefinir o conceito que temos sobre a nossa beleza. E mais um ponto: a ação une mães e filhas adolescentes. Olha só:

Vale lembrar que a campanha anterior – na minha opinião, a mais poética e linda – falava sobre o impactante fato de que apenas 4%  da população feminina mundial se considera bonita.

Vale passar um tempo maior em frente ao espelho e se olhar de maneira mais gentil.

Há uma semana mais ou menos saiu o novo clip do Arcade Fire, Afterlife. Dirigido por Spike Jonze, traz Greta Gerwig, a atriz de Frances Ha, como protagonista. Até então eu não tinha visto o filme, mas me deixei contagiar pela expressão otimista dela, inspiradora, real. A música é incrível, mas é ela quem domina, dançando, todo o entorno lúdico e irreverente. Se eu já queria ver o filme, foi o empurrão que eu precisava pra mergulhar no meu HD e apertar o play.

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Frances Ha é… lindo. Esse é o adjetivo que consigo dar para o filme, todo em p&b, o que já me faz cair de amores. A trama gira em torno de Frances, bailarina de 27 anos, para quem parece tudo dar certo – apesar da realidade ser cheia de nãos.  Com leveza e bom humor ela vai levando o dia a dia, sem dinheiro e sem perspectiva de melhoras profissionais. Nada a abala em seus propósitos e sonhos e uma imensa sensibilidade não óbvia no seu jeito de pensar e no intenso convívio com os amigos mostra que simplesmente é assim que devíamos ver e viver todos os dias.

Frances Ha

Diálogos simples e cenas inocentemente reais dão ritmo ao filme, que ainda fala fortemente sobre amizade: apesar de mudanças geográficas e de vida, nada abala a cumplicidade dela com a amiga Sophie. A minha parte preferida é a cena onde ela define o que espera de um relacionamento, o que termina sendo um resumo sobre o que acredito ser amor:

E se você ainda não viu o clip de Afterlife, veja:

Há uma semana mais ou menos saiu o novo clip do Arcade Fire, Afterlife. Dirigido por Spike Jonze, traz Greta Gerwig, a atriz de Frances Ha, como protagonista. Até então eu não tinha visto o filme, mas me deixei contagiar pela expressão otimista dela, inspiradora, real. A música é incrível, mas é ela quem domina, dançando, todo o entorno lúdico e irreverente. Se eu já queria ver o filme, foi o empurrão que eu precisava pra mergulhar no meu HD e apertar o play.

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Frances Ha é… lindo. Esse é o adjetivo que consigo dar para o filme, todo em p&b, o que já me faz cair de amores. A trama gira em torno de Frances, bailarina de 27 anos, para quem parece tudo dar certo – apesar da realidade ser cheia de nãos.  Com leveza e bom humor ela vai levando o dia a dia, sem dinheiro e sem perspectiva de melhoras profissionais. Nada a abala em seus propósitos e sonhos e uma imensa sensibilidade não óbvia no seu jeito de pensar e no intenso convívio com os amigos mostra que simplesmente é assim que devíamos ver e viver todos os dias.

Frances Ha

Diálogos simples e cenas inocentemente reais dão ritmo ao filme, que ainda fala fortemente sobre amizade: apesar de mudanças geográficas e de vida, nada abala a cumplicidade dela com a amiga Sophie. A minha parte preferida é a cena onde ela define o que espera de um relacionamento, o que termina sendo um resumo sobre o que acredito ser amor:

E se você ainda não viu o clip de Afterlife, veja:

O melhor do Festival do Rio pra mim sempre são os documentários de música. Foi por conta do evento que vi  os incríveis Upside Down: The Creation Records Story (sobre a gravadora que lançou bandas como Primal Scream e Oasis) e o New Order Story. O meu escolhido para esse ano foi She Said Boom: A História do Fifth Column. Eu nunca tinha ouvido falar sobre a banda, mas bastou eu ler e “influenciou Bikini Kill” preu comprar o ingresso. E valeu à pena.

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O doc conta a história da banda post-punk de Toronto, formada só por mulheres, nos anos 80. Irreverentes, com cortes de cabelo não-esperados, looks estilosos e atitude gay friendly, as meninas do Fifith sofreram preconceito por não se encaixarem nem no cenário punk  – “sempre muito hetero”, como uma delas descreve –  e nem no cenário gay – “que era muito chato” – outra completa. Nesse limbo entre um e outro, mas preocupação em se encaixarem em padrões, seguiram lançando álbuns e fazendo shows, tornando-se referência para riot bands que viriam depois. “Ter uma banda só de mulheres naquela época já era por si só um ato político”, contam.

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A vontade de dividir as inspirações não parava na música. GB e Caroline, duas das integrantes,  fizeram um zine chamado HideZine, que vinha com uma fita cassete com músicas de banda underground, dentre elas, claro, do Fifith. Elas chegaram também a participar e fazer filmes e clipes, inspirados em Warhol. Para completar a ousadia, contavam a participação de Bruce LaBruce – um go-go boy – dançando no palco durante os shows. Bruce aparece no doc, assim como Kathleen Hanna (ex-vocal do Bikini e Les Tigre) e a super divertida Vaginal Davis, artista performista.

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Em 1992, o Fifth lançou o controverso single All Women Are Bitches (inspiradas por uma frase do filme de terror A Maldição de Kathy). Logo depois, a banda foi convidada a tocar no Kumbaya Festival, com a condição de que não escolhessem essa música. Maaas, sabendo que ao vivo não poderiam ser cortadas, mandaram ver, dividindo a platéia entre euforia e choque, como se pode ver no doc.  Por conta disso, foram proibidas de tocar para sempre no festival, mas All Women Are Bitches seria eleito pelo jornal londrino Melody Maker o “single da semana“, o que as rendeu muita mídia e uma turnê. A música é realmente ótima, olhaê:

Dá vontade de voltar umas décadas no tempo…

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“Você tem que conhecer uma amiga minha que você vai adorar. Ela é ótima, divertidíssima, tem uma gargalhada maravilhosa” – foi a primeira coisa que ouvi sobre a Cris Lisbôa, há mais ou menos uns 8 anos, pela Andrea del Fuego. As duas vieram ao Rio, para uma Bienal do Livro onde Andrea participaria de uma mesa de debates. E, claro, adorei a Cris. Rimos muito, criamos automaticamente uma piada interna (abana o Chico) e nunca mais perdemos contato.

Na época a Cris trabalhava em agência e cuidava da Fina Flor, a sua editora – a mais linda do mundo, vale dizer – que fazia livros-fetiche, com tiragens limitadas e acabamento artesanal (dentre eles, Se um Cão Vadio aos Pés de uma Mulher-abismo, do Xico Sá e  Nego Tudo, da del Fuego). O tempo passou, ela pegou vôo São Paulo-Porto Alegre e nesse trajeto, continuamos fazendo questão de cruzar destinos.  Foi ela quem me chamou para escrever uma matéria para a Simples, de onde foi editora e foi ela também quem me convidou a ser colaboradora da Noize.

Depois de longos anos sem abanar o Chico pessoalmente, combinamos um reencontro. Saímos para basicamente rir, falar e comer, três coisas que gostamos muito, e Cris me contou que estava lecionando em faculdades, em cursos pequenos ou grandes, em aulas  direcionadas para jornalistas ou abertas a todos que amam a palavra. E que ela havia descoberto que era esse o seu amor e que a ele dedicaria todo seu tempo:  dar aulas. Logo depois nascia o Go, Writers, uma oficina para quem usa a palavra como matéria-prima.

Esse final de semana, o Go, Writers (powered pelos super meninos da Cool How) veio ao Rio para dividir com 20 cariocas alguns caminhos e ideias itinerantes. A proposta não é dar fórmula mágica, mas, sim, orientar cada um na busca da forma de escrever, libertando o processo criativo. Além de exercícios, ela dá exemplos práticos de construção de texto, cita pensamentos, decupa textos e indica livros de diversos gêneros. As informações são trocadas de maneira ágil, esperta e consistente, do tipo que te faz ficar pensando em tudo que ouviu durante um bom tempo. São 10 horas de aula. E várias depois de reflexão (me encontro nelas até o presente momento).

Só para matar a curiosidade de quem lê, entre os exercícios, Cris pede que a gente faça uma lista de alumbramentos (situações que te deslumbraram a ponto de fazer você mudar seu ponto de vista). Fiz uma com 7 itens e a ideia é que ela siga ganhando enxertos a todo momento – ainda tenho muito com o que me alumbrar. Hoje mesmo já incluí um novo:  a Cris. Por quê? Porque ela é dessas que nos leva até a beirada do trampolim. Mas, pula junto com a gente. E de mão dada.

faltou um "s" nas esquinas, mas essa sou eu.

faltou um “s” nas esquinas, mas essa sou eu.

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Já falei aqui duas vezes do meu amor pelas casas de vidro. Outro destino do meu pensamento, cada vez mais constante,  são estradas arborizadas e casas isoladas, cercadas de mata. Me imagino indo e indo e indo quase que num plano contínuo, pegando um rumo no asfalto, no final da tarde, cercada de árvores grandes, de um verde denso, tarde sem fim, sol terminando, mas no céu acompanhando. Consigo até sentir o frio úmido subindo pela espinha, o vento gelado batendo no rosto, gelando o nariz.

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Olho as imagens desses lugares e automaticamente me transporto pra dentro delas. Por exemplo, me imagino nessa casa abaixo olhando para o que se passa pelo de fora da janela, ao redor e dentro de mim. E sempre penso num lago fazendo parte do entorno.

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tumblr_mrhrz4o98w1qzjq3ho1_500Nunca morei em nenhum lugar parecido, nasci e cresci em apartamento, no meio da cidade. Mas, estranhamente é para esses lugares que  me transporto quando fecho os olhos e quase sinto meus pés descalços pisando neles.  E atualmente é onde me sinto mais confortável e inspirada: nesse espaço que habito em sonhos. 

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Outro dia postei aqui meus devaneios sobre o Amor, com A maiúsculo mesmo, sentimento maior de todos. Mas, outro assunto que vêm me tomando os pensamentos é a vida/a morte (não sei bem como separar, porque um não existe sem o outro) e a internet no meio disso tudo.

Esse pensamento veio mais forte agora por conta da partida do Fred Leal. Essa semana ele se foi para outra existência, plano, astral e fiquei sabendo pelo facebook, quando a minha timeline pipocou de lindas homenagens em posts de nossos 45 amigos em comum. Nunca conversei com o Fred pessoalmente, demos dois beijinhos em algum evento que fomos apresentados, trocamos mensagens no icq na época em que eu lia a Mood e escrevia para o Cena Urbana, Falaê e outros sites. Mas, ele sempre esteve ali no mesmo meio de escritores, jornalistas, gente ligada à música, gente que divide gostos comuns e por isso a conexão.

Não sei muito como concluir o papel da internet nisso tudo, essa atemporalidade e essas novas proximidades. Começos e fins. Esse perfil ali de quem não está mais aqui. Clico na timeline do Fred e vejo pessoas se despedindo e não acho estranho, faz sentido, muito sentido, por que não é isso que fazemos mentalmente, normalmente, quando perdemos alguém? Fica a homenagem pública agora, eterna talvez, em palavras passíveis de serem compartilhadas.

Tenho muitas pessoas a minha volta, parecendo próximas e muitas vezes mal falei com elas, nem as (re)conheço pessoalmente, não sei exatamente como são seus olhos, boca, nariz, voz. De qualquer maneira, elas estão ao redor e dividindo ideias, compartilhando, comentando.

Que a gente saiba desconectar quando preciso e ir lá para fora. Para reconectar. E desligar muitas vezes. E que seja dessa para uma melhor.

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Essa semana postei sobre a casa de vidro incrível que um casal construiu. Fato que estou in love com essa ideia de misturar interior e exterior, de deixar tudo mais transparente, visível, sem barreiras. Talvez o que esteja acontecendo aqui dentro de mim – novas sensações, conclusões e vontades – tenha a ver com ter essa proposta e desejo: uma casa ampla, livre de obstáculos, cheia de respiros, com vista imensa para o que é natural, com espaços prontos para serem preenchidos com simplicidade (quem não quer esses adjetivos preenchendo a vida?).

Daí, fiquei horas admirando esses sonhos arquitetonicamente construídos por gente que tinha as mesmas vontades e hoje consegue habitá-las.

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Nothing to hide.